05 de Outubro de 2019



Fotos: Divulgação/Saúde-DF

Hospital Regional do Guará realiza oficina pioneira em fisioterapia neurológica

Atividade acontece sempre na primeira sexta-feira de cada mês

A Unidade de Medicina Fisiátrica do Hospital Regional do Guará (HRGu) realiza um trabalho inédito em Fisioterapia Neurológica na rede pública de saúde do Distrito Federal. A Oficina de Reabilitação Neurofuncional que acontece, nesta sexta-feira, no auditório do hospital, busca recuperar especificamente pacientes que tiveram lesões encefálicas como, por exemplo, acidente vascular cerebral (AVC), Parkinson e traumatismo craniano.

A oficina é uma atividade aberta a todos da lista de espera que tenham lesão encefálica e acontece na primeira sexta-feira de cada mês.

O setor atende pacientes de nove regiões administrativas do DF e, recentemente, iniciou o trabalho na área das lesões neurais com uma profissional específica para a área. Rosângela Porto é a autora do projeto e organiza a rotina e a fila de espera com encontros mensais.

O trabalho na oficina objetiva conhecer pessoalmente os pacientes, ordenar a lista de espera e otimizar o espaço e o tempo, além de analisar quem pode realizar o exercício conjunto. O encontro, segundo Rosângela, também busca proporcionar ao acompanhante e ao familiar o conhecimento do exercício para ajudar o paciente a fazer em casa, bem como a prevenção das lesões encefálicas para os familiares.

A especialista considera fundamental a participação da família no processo de reabilitação e no treinamento prático, em casa, doque é ensinado na oficina. Além dos exercícios, a profissional também mostrou os diferentes tipos de recursos auxiliares de marcha, como muletas, andador e bengalas, para ajudar a andar e como devem ser utilizados.

DEMANDA – “Neste projeto, focamos nas paralisias provocadas pelas lesões cerebrais. Entram, aí, as lesões provocadas por Acidente Vascular Cerebral, mal de Parkinson, Alzheimer, traumatismo craniano e doenças degenerativas. As oficinas buscam otimizar a nossa demanda e diminuir o tempo de espera do paciente porque, quanto mais tempo demora, pior é a recuperação. O foco, hoje, foi o fortalecimento muscular nas lesões que impactaram na maneira da andar. Então, treinamos a marcha”, destaca.  

De acordo com a profissional, da sua lista de 96 pacientes, 90 possuem lesão provocada por AVC, a maioria isquêmicos, ou seja, causados por gordura no sangue e que poderiam ser prevenidos. Ela orienta a todos que participam do encontro que, aliado ao tratamento, é necessário adotar hábitos de vida saudáveis, principalmente no que se refere à alimentação.

Na sua caminhada profissional, já teve pacientes confinados a uma cadeira de rodas que voltaram a andar, por exemplo, a partir dos exercícios realizados.

Maria de Fátima Pereira da Silva é uma paciente que serve de exemplo. Em sua primeira oficina, já conseguiu ficar em pé. Vítima de AVC, passou cinco meses na UTI e teve de sair do hospital numa cadeira de rodas.

Há pouco mais de um mês da alta, o filho Antônio Francisco Pereira Machado, comemora esse avanço. “Foi triste vê-la numa situação assim, mas esse tratamento me deu esperança. Eu já ajudava em casa e, mesmo sem saber, fiz alguns movimentos com ela e acredito que contribuí para ela levantar aqui”, declarou animado.

Para entrar na lista de espera os pacientes devem ser encaminhados pelo médico e ter o cartão do SUS da região administrativa coberta pela unidade de abrangência. São elas: Vicente Pires, Riacho Fundo I e II, Núcleo Bandeirante, Candangolândia, Park Way, Lúcio Costa, Estrutural e Guara I e II.