Para afundar o Maranhão, Flávio Dino aposta em Felipe Camarão (PT) e em Brasília, Ricardo Cappelli (PSB)

Flávio Dino e Teresa Helena Barros

Nos bastidores da política maranhense, uma movimentação do ministro do Supremo Tribunal Federal [STF], Flávio Dino, tem causado calafrios em aliados do Palácio dos Leões.

Em tom descontraído, mas com recados certeiros, Dino usou uma aula magna em São Luís para fazer o que muitos interpretaram como um gesto público de articulação política: sugeriu uma chapa liderada por Felipe Camarão [PT] para a sucessão estadual de 2026. A senha foi clara — Camarão com Teresa Helena Barros, uma jovem professora de direito, como vice.

A plateia aplaudiu, mas nos corredores do governo Carlos Brandão [PSB], o gesto foi visto como mais uma jogada calculada de Dino para enfraquecer o atual ocupante da cadeira que um dia foi sua.

Brandão, que já se queixa em privado do que considera interferências do ministro nas engrenagens do governo, agora vê no movimento uma tentativa explícita de isolar seu grupo e consolidar um novo polo de poder capitaneado por Dino — mesmo que sob a toga de ministro.

Dino, hábil como poucos em manter os pés em várias canoas, articula não apenas no Maranhão. Em Brasília, o aprendiz de político Ricardo Cappelli [PSB], pupilo fiel e atual ex-secretário-executivo do Ministério da Justiça. Enquanto Dino se protege no STF, Cappelli tentava se cacifar como alternativa no cenário do DF — mas as coisas já fujiram do script.

Para opositores, a dobradinha ”sem farinha de pubaDino-Camarão, com pitadas de Cappelli no DF, é o velho ciclo do discurso progressista, mas os resultados são pífios. 

Enquanto isso, Dino nega qualquer interferência política e sustenta que suas decisões no STF são pautadas apenas por critérios técnicos. Mas, como dizem as raposas do jogo maranhense, quando Dino entra em campo, até o silêncio dele tem barulho.