Rodoviária do Plano Piloto é o centro da vergonha da Capital Federal – Privatização Já!

Rodoviária do Plano Piloto é o centro da vergonha da Capital Federal - Privatização Já!
O relator da proposta, deputado Eduardo Pedrosa (ao centro), acatou emendas ao texto original do governo, como a que retira a Galeria dos Estados do projeto de privatização.

‘Você já viu algum deputado distrital, federal ou senador na Rodoviária do Plano Piloto, sem ser em período eleitoral?’

Ivan Rocha

A recente aprovação, pela Comissão de Economia, Orçamento e Finanças (CEOF) da Câmara Legislativa do Distrito Federal, do projeto que propõe a privatização da Rodoviária do Plano Piloto, sinaliza um passo promissor para o DF trilhar o caminho da eficiência na gestão de serviços públicos, alinhando-se a práticas adotadas em nações desenvolvidas.

O PL nº 2260/2021, elaborado pelo governador Ibaneis Rocha, avançou após uma votação apertada na CEOF, com três votos favoráveis e dois contrários. A proposta busca conceder ao setor privado a administração da Rodoviária do Plano Piloto, acompanhada de uma obra pública para reforma, ampliação, gestão, operação e exploração do espaço.

Enquanto alguns deputados distritais se posicionaram contra o projeto, é interessante notar que, muitos dos opositores, supostamente alheios às dificuldades diárias vivenciadas na Rodoviária, votaram contra a privatização. Paula Belmonte (Cidadania) e Jorge Vianna (PSD) expressaram reservas, levantando questionamentos sobre o impacto social e a responsabilidade do Estado na manutenção de serviços públicos.

Belmonte, apesar de sua ressalva, demonstrou inquietação na condução da proposta, destacando sua realização de uma audiência pública para debater o tema. A deputada expressou sua preocupação com pessoas que dedicaram mais de cinco décadas ao trabalho na Rodoviária, enfatizando a conexão entre política pública e bem-estar humano, porém não é usuária.

Enquanto isso, Vianna caracterizou a privatização como um “atestado de incompetência do Estado”, argumentando que tal ação representa uma transferência de responsabilidade governamental para o setor privado. Sua inquietação reflete uma preocupação legítima com o acesso da população a serviços básicos após a transferência de gestão, porém não é usuário.

Foto: Renato Araújo/Agência Brasília.

“Como usuário frequente da Rodoviária do Plano Piloto, testemunho diariamente a situação caótica deste espaço. Banheiros insalubres, escadas rolantes frequentemente quebradas, sujeira por toda parte, presença de ambulantes, marginais e venda de drogas, além de relatos de incidentes graves como assassinatos. É uma realidade desoladora, onde nenhum governo até hoje conseguiu resolver os problemas crônicos enfrentados aqui. A privatização representa a esperança de mudanças reais, um caminho para trazer investimentos, segurança, manutenção adequada e serviços de qualidade, rompendo com a ineficiência governamental que persiste.

“Estou cansado de ver a Rodoviária do Plano Piloto como um local de preocupação constante, onde a segurança e a qualidade dos serviços são precárias. A gestão privada poderia ser a oportunidade de finalmente alcançar melhorias urgentes que os governos falharam em proporcionar. É hora de buscar uma solução eficaz para transformar esse espaço de trânsito em um ambiente seguro, funcional e digno para todas as 700 mil pessoas que passam pelo terminal diariamente.” usuário Ivan Rocha.

Por outro lado, defensores da privatização, como Eduardo Pedrosa (União Brasil), enfatizaram a necessidade de modernização e aperfeiçoamento na gestão da Rodoviária, acatando emendas para garantir direitos aos atuais ocupantes dos quiosques, além de excluir a Galeria dos Estados do projeto.

Os embates e divergências na Câmara Legislativa refletem não apenas uma questão de gestão pública, mas também um embate ideológico sobre o papel do Estado na oferta de serviços. A privatização da Rodoviária do Plano Piloto é uma medida que abre espaço para discussões necessárias sobre a eficiência na gestão de espaços públicos, mas que também demanda um olhar atento às necessidades e preocupações da população usuária impactada que reconhece também, a necessidade de melhoria no péssimo transporte público.

À medida que o projeto avança nas comissões, é crucial considerar não apenas os aspectos econômicos e de modernização, mas também o impacto social e o acesso da comunidade aos serviços essenciais. A voz dos cidadãos que utilizam diariamente a Rodoviária, assim como eu, é por melhorias já!

A questão transcende a mera privatização de um espaço público; é um debate sobre como garantir um serviço de qualidade, mantendo o equilíbrio entre eficiência administrativa e o cuidado com as necessidades sociais da população.