Lula inelegível pela idade, Bolsonaro pela Justiça: o vácuo de poder que pode definir o futuro do Brasil

Se Lula fosse um cidadão comum à espera do SUS, poderia já estar sequelado ou morto
© Paulo Pinto/Agência Brasil

Buscando as previsões de Ciro Gomes em palestra na Federação das Indústrias do Estado do Ceará [FIEC], o qual traçou um panorama alarmante para o futuro político do Brasil, sugerindo que tanto Lula quanto Bolsonaro podem estar fora da próxima disputa presidencial – um por limitações da idade, outro por decisão judicial

Sua análise, porém, vai além: o ex-ministro alerta para o risco de o país repetir o cenário de 2018 quando uma eleição marcada por inelegibilidades e improvisos culminou na ascensão de Jair Bolsonaro, então uma figura marginal no Congresso.

Lula “cansado” e Bolsonaro inelegível: o vácuo de liderança

Ciro foi incisivo: “Lula está cansado e, se tivesse um pouco de responsabilidade com o país, não seria mais candidato”. A declaração ecoa rumores sobre o desgaste físico do presidente, que em 2026 terá 80 anos. Já Bolsonaro, segundo Gomes, está declarado inelegível pelo TSE, sem possibilidade de recurso, embora o ex-presidente ainda possa tentar emplacar um sucessor – assim como Lula fez com Haddad em 2018.

O fantasma de 2018 e o risco de um novo “fenômeno Bolsonaro”

O grande temor de Ciro é a repetição do que chama de irresponsabilidade de Lula em 2018, quando o PT manteve uma candidatura sabidamente inviável até a última hora, forçando uma substituição tardia e criando as condições para a vitória de Bolsonaro – “um deputado absolutamente medíocre, completamente desconhecido”.

“Qual o problema de Bolsonaro repetir o precedente?”, questiona Gomes, sugerindo que o bolsonarismo pode lançar um nome de última hora, gerando instabilidade e abrindo espaço para outra figura disruptiva [e potencialmente perigosa] no cenário nacional.

O futuro em três hipóteses

  1. PT e Bolsonarismo em crise: se Lula e Bolsonaro ficarem de fora, ambos os campos precisarão de novos líderes. O PT apostaria em Haddad ou outro nome de confiança, enquanto a direita pode fragmentar-se entre Tarcísio, Zema e um eventual “poste” bolsonarista.

  2. Terceira via ou caos? Ciro Gomes, que já tentou se posicionar como alternativa, pode ver uma janela de oportunidade – mas o risco de polarização residual e o surgimento de outsiders radicais é alto.

  3. Judiciário no centro: a decisão final sobre inelegibilidades caberá ao TSE, e qualquer controvérsia pode acirrar a desconfiança nas instituições.

Conclusão: um Brasil à beira do repeat?

Ciro Gomes enxerga um país à mercê de erros passados. Se em 2018 a combinação de judicialização da política e improvisação gerou Bolsonaro, em 2026 a ausência de Lula e Bolsonaro pode levar a um novo ciclo de instabilidade. A pergunta que fica: o Brasil está condenado a repetir sua história ou será capaz de construir um caminho novo e menos turbulento?