O fato ocorreu no início do mês (1/6), na QNN 24, próximo à Estação Guariroba do Metrô de Ceilândia. Moradores que presenciaram a situação afirmaram que o homem agiu em legítima defesa e em proteção à integridade da esposa e das duas filhas. A atitude foi amplamente aprovada por populares no local.
O cidadão W.L.F, 39 anos, por volta das 18h, veio buscar sua esposa e as duas filhas de 9 e 11 anos na estação do metrô, quando se deparou com dois homens “bem aparentados” que passeavam com um pit bull. O animal estava com uma guia considerada excessivamente longa e sem o uso de focinheira, o que contraria a legislação distrital em vigor.
“Depois que busquei minha família, percebi ao descer em direção ao meu conjunto que o homem que conduzia o animal se aproximava de minha família, em razão de sua corda [guia] ser muito longa. Meu instinto foi de sacar minha arma, em razão de possuir porte legal, e apontá-la na direção do animal, pedindo ao seu condutor que se afastasse”, declarou W.L.F ao portal.
Segundo o artigo 3º do Decreto nº 27.852/2007, do Governo do Distrito Federal, cães da raça pit bull devem obrigatoriamente ser conduzidos com coleira, guia curta de condução (máximo de 2 metros), enforcador e focinheira, sob pena de autuação e apreensão do animal.
De acordo com W.L.F e testemunhas que também deixavam a estação naquele momento, ouvidas por S&DS, foi uma atitude de precaução diante da aproximação repentina do animal de grande porte.
M.R.S, que preferiu não se identificar, contou que vinha do trabalho em uma clínica de hemodiálise da Asa Sul e foi uma das pessoas que presenciaram o ocorrido.
“Se a polícia fizesse seu trabalho em fiscalizar todos os animais de grande porte que passeiam sem focinheira, essa situação não teria ocorrido. Tenho dois filhos menores. Como seria comigo, sendo uma mulher pequena e franzina, diante da mesma situação? Nosso total apoio ao pai, que teria todos os motivos para atirar no animal”, relatou.
Até a data desta publicação (3/6), não havia boletim de ocorrência registrado sobre o fato na 23ª Delegacia de Polícia Civil de Ceilândia, responsável pela área. Fontes da segurança pública afirmam que a ausência de disparo e a rápida dispersão do animal contribuíram para que o caso não evoluísse para um registro formal.
O caso reacende o debate sobre a responsabilidade dos tutores de cães considerados potencialmente perigosos e o cumprimento das normas de segurança em áreas públicas de grande circulação.