MPDFT cobra participação do Conselho de Saúde no Comitê Gestor criado por decreto

Estatuto do IGESDF impõe submissão do Conselho de Saúde ao Executivo: um perigo para a democracia e autonomia do SUS.
Ex Diretor-Presidente do Iges-DF, Juracy Cavalcante Lacerda Júnior e a ex-Secretária de Estado Lucilene Maria Florêncio de Queiroz.
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Raquel Arraes

O Ministério Público do Distrito Federal e Território [MPDFT] afirmou ao portal S&DS que vai cobrar a inclusão do Conselho de Saúde do Distrito Federal no Comitê Gestor de Saúde, instituído pelo Decreto nº 46.833, de 7 de fevereiro de 2025.

O comitê, estranhamente vinculado à Secretaria de Economia, tem a função de coordenar e executar a elaboração de planos e políticas públicas voltadas para a saúde.

Segundo o decreto, o comitê será composto por representantes do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal [IGESDF], da Secretaria de Estado de Saúde, do Hospital da Criança de Brasília José Alencar [HCB] e do Instituto de Cardiologia e Transplante do Distrito Federal [ICT]. A presidência será exercida pelo Secretário de Estado de Economia do DF.

O MPDFT entende que a ausência do Conselho de Saúde fere o princípio da participação social na gestão do Sistema Único de Saúde [SUS], uma vez que a entidade tem papel essencial na formulação, fiscalização e controle das políticas públicas de saúde. O Ministério Público pretende questionar formalmente a composição do comitê e pedir a inclusão de representantes do conselho no órgão gestor.

O decreto também prevê a criação de 13 cargos em comissão para a estrutura do Comitê Gestor, sendo três de símbolo CNE-02, nove de símbolo CNE-03 e um de símbolo CNE-05, todos provenientes do Banco de Cargos criado pela Lei nº 6.525, de 1º de abril de 2020.

Até o momento, o MPDFT não oficiou o GDF sobre a participação do Conselho de Saúde, segundo apurou S&DS