Período pode acometer todas as mulheres, mas a intensidade dos sintomas — ou até mesmo a ausência deles — varia conforme cada caso 

Foto: Marta Branco/Pexels 

A perimenopausa é a fase de transição para a menopausa, ou seja, o período em que os sinais do fim da menstruação começam a aparecer. Ela pode acometer todas as mulheres, mas a intensidade dos sintomas ou até mesmo a ausência destes varia conforme cada caso. Os desconfortos são inúmeros e os mais citados abrangem ondas de calor, secura vaginal e períodos irregulares. O tratamento deve ser feito com profissional da área de ginecologia e pode incluir hormônios, remédios e terapias não medicamentosas. 

De acordo com a convenção clínica da Organização Mundial de Saúde (OMS), só é possível ter certeza da menopausa 12 meses depois da última menstruação. Assim, esse momento encerra de maneira definitiva a fase reprodutiva feminina. Como a perimenopausa é o período pré-menopausa, o Ministério da Saúde recomenda atenção às alterações hormonais que se tornam mais intensas e geram encurtamento ou alargamento dos ciclos. 

Conforme explica a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), as mulheres nascem com um número limitado de folículos ovarianos, que produzem os hormônios estrogênio e progesterona. Esses folículos são os futuros óvulos, liberados mensalmente com a menstruação. Uma vez que essa quantidade termina ou está próxima do fim, o organismo da mulher entra na menopausa, por volta dos 50 anos. 

Em torno dos 40 anos, contudo, a progesterona deixa de ser fabricada e o primeiro sinal já aparece, com a menstruação irregular — ciclos mais curtos seguidos de atrasos menstruais. São também sintomas a irritabilidade, o nervosismo e a insônia. Essa etapa é conhecida como climatério ou perimenopausa. A idade estabelecida é uma média, portanto varia para cada mulher. 

Sintomas 

Segundo as autoridades de saúde, os sintomas mais clássicos da perimenopausa são as ondas de calor, a secura vaginal, os suores noturnos, a irregularidade menstrual e a atrofia urogenital. Esses sinais podem surgir durante o período de transição (a perimenopausa) e permanecer por anos. 

Com duração de alguns minutos, as ondas de calor trazem uma sensação de calor repentino e intenso, que se espalha da cabeça para o restante do corpo. A menstruação irregular se dá por meio de ciclos espaçados ou mais frequentes, com sangramento mais ou menos intenso, até desaparecer completamente. 

Em entrevista à imprensa, a presidente da Sociedade Britânica para a Menopausa, Paula Briggs, afirma que a atrofia urogenital é um problema que atinge até 80% das mulheres. Nessa condição, a qualidade do tecido genital é afetada, causando problemas como secura vaginal, dor e irritação durante a relação sexual. Além disso, aumentam as chances de infecções urinárias e até a necessidade de urinar. 

São sintomas da perimenopausa, ainda, a redução da fertilidade, a perda da densidade óssea, o ganho de peso e a mudança na distribuição da gordura corporal. Muitas mulheres também percebem unhas quebradiças, queda de cabelo, dores musculares e de cabeça, cãibras e palpitações. 

Tratamentos 

Segundo a Sociedade Britânica para a Menopausa, o tratamento hormonal sob supervisão médica, na maioria dos casos, é o mais indicado. Isso porque a falta de estrogênio pode acarretar problemas como a perda anual de densidade óssea e, consequentemente, o aumento do risco para osteoporose, fraturas e dores crônicas. 

É importante ressaltar que a terapia com hormônios só é indicada para mulheres que apresentam sintomas, pois o tratamento não funciona para diminuir riscos, ou seja, não pode ser aplicado preventivamente. 

Além das medicações tradicionais, existem outras opções para mulheres na perimenopausa. O tratamento medicamentoso não hormonal, por exemplo, é indicado para mulheres que têm receio ou contraindicações à terapia com hormônios. Alguns exemplos são o escitalopram, que pode ser ministrado em pacientes com transtornos do sono ou do humor, e a clonidina, que trata hipertensão, mas também é útil no tratamento dos fogachos.

Mudanças no estilo de vida integram as possibilidades de tratamento não medicamentoso. A terapia comportamental e a ioga, por exemplo, são indicadas para a melhora na qualidade de sono. Além disso, é importante manter uma rotina de exercícios, adotar uma alimentação saudável e evitar o consumo de álcool.