REDAÇÃO – S&DS

Brasília – 09 de Outubro de 2020

Foto: reprodução da internet

“Eu só quero pedir perdão, estou arrependido”

O enfermeiro André Felipe Silva dos Santos, de 28 anos, réu confesso da morte de Emilaine de Souza Souza, de 20 anos, que era designer de sobrancelhas, relacionava-se com homens e mulheres.  

Quando esteve na ação do Ministério da Saúde – O Brasil Conta Comigo – em Manaus, André Felipe confidenciou para vários colegas de profissão que era um tipo de homossexual (bissexual) que se relacionava com os dois gêneros.

Jurado de morte

André Felipe também, mostrou, para seus colegas que estavam hospedados no Hotel Comfort, várias mensagens de seu ex-namorado com fortes ameaças de morte.

“Gente estou com medo, ele descobriu que estou em Manaus no hotel Comfort e disse que iria me matar” relatou André

Colegas o orientaram a procurar a polícia para providências sobre a situação. Mas André se recusava em razão de um policial que estaria envolvido na trama e o perseguia, segundo informou.    

Colegas que trabalharam com André Felipe na ação se pronunciaram em grupo interno fechado do WhatsApp após saberem do ocorrido.

Veja abaixo com a preservação de suas identidades:

“Ele já havia me falado que tinha essa relação mesmo com uma mulher. Ele me contou dessa relação aberta que vivia” A.M

“Infelizmente é a verdade, sei que aqui não é lugar de julgamentos, porém essa moça foi mais um feminicídio. Bom é que já foi resolvido e o acusado está preso” J.S.

“Deus tenha misericórdia! Uma escolha mal feita, mas que Deus possa tocar em seu coração para o arrependimento” M.R

“Sem acreditar! Como pode? Só muita fé em Deus para manter nossa sanidade mental! Uma pessoa acima de qualquer suspeita” A.D

“Acho que o título é: “Eu sei o que você fez no verão passado” P.A

“Uma criatura que não se reconhecia como hetero ou homossexual demostrando conflitos internos. Estas histórias de bissexuais e trissexuais… – com total respeito a escolha de cada um – não encontra amparo existencial. Precisa pagar por seus atos atrás das grades e depois quando morrer” I.R

O feminicídio foi motivado por ciúmes, segundo o delegado do caso Charles Araújo. 

Dos fatos

André, na terça-feira (29), dia do crime, simulou uma viagem para o interior do Estado e voltou no dia do crime à quitinete, onde cometeu o crime premeditado. Ele teria passado a noite anterior na casa de um amigo.

“Emilaine ainda abriu a porta para ele, que ainda fingiu que havia desistido de viajar. Quando ele viu que ela estava indefesa, desferiu os golpes de arma branca que causaram da designer. André disse que o crime foi motivado por ciúmes, pois eles estariam mantendo um relacionamento aberto. Por conta disso, ela teria outros parceiros”, explicou o delegado.

Familiares de Emilaine de Souza, revoltados, contestam existência de um possível relacionamento entre os dois.

“Minha irmã tinha ele como um amigo, ela nunca assumiu nenhum relacionamento com ele. Nós acolhemos ele, minha família toda acolheu ele, e ele cometeu esse crime que não foi passional, foi de ódio”, reforça.

O enfermeiro fugiu da cena do crime e se escondendo em um bairro de Manaus, viajando posteriormente para Boa Vista do Ramos.

Ele confessou que jogou a faca no meio do rio.

“Ele decidiu se apresentar aqui na delegacia acompanhado de um advogado e trouxe vários recibos utilizados como álibi. Nós já sabíamos que tudo era falsificado e que ele era o principal suspeito, tanto que já tínhamos o mandado de prisão temporária em nome dele. Ele recebeu voz de prisão e, ao saber que nós já sabíamos de tudo, acabou confessando o crime”, declarou o delegado.

Charles ainda informou à imprensa que uma colombiana e um idoso viram o momento que ele deixou a quitinete para fugir. André foi levado para exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) e chorou ao caminhar da especializada até a viatura. Para a imprensa, ele disse apenas:

“Eu só quero pedir perdão, estou arrependido”.

Após a prisão, nesta quinta-feira 08, a advogada da família de Emilaine compareceu na delegacia para solicitar informações do caso.