Fotos: Reynesson Damasceno

Imigrantes que escolheram ir para São Paulo e Cuiabá serão transportados, abrigados e auxiliados durante a integração à sociedade e ao mercado de trabalho

Em mais um passo para o acolhimento dos imigrantes venezuelanos no País, o Governo do Brasil irá começar nesta quinta-feira (5) o processo de interiorização para as cidades de São Paulo e Cuiabá. Inicialmente, serão enviadas 300 pessoas, incluindo 80 famílias, que optaram por sair do estado de Roraima, em especial de Boa Vista.

São Paulo irá receber os imigrantes solteiros, enquanto Cuiabá está preparada para receber famílias. Os venezuelanos que escolheram a interiorização já possuem documentação de refúgio ou residência temporária, realizaram exames médicos e tomaram as vacinas indicadas pelo Ministério da Saúde, de febre amarela, sarampo e difteria. O trabalho do governo está sendo feito em conjunto com os municípios, ministérios e também com a Organização das Nações Unidas (ONU).

Acompanhamento

Segundo a subchefe de Articulação e Monitoramento da Casa Civil, Natália Marcassa de Souza, os imigrantes serão transportados em aeronaves da Força Aérea Brasileira e acompanhados durante todo o processo até os abrigos, onde terão apoio para se integrarem à sociedade brasileira e ao mercado de trabalho.

“Antes da interiorização é feito um trabalho de explicação para eles, qual é a cidade que eles vão, para eles terem uma noção. Nesse abrigamento, a ideia é que eles fiquem por três meses”, explica. Nos abrigos, eles terão contato com a língua portuguesa e capacitação técnica, e as crianças serão matriculadas em escolas da rede pública.

Outras duas cidades, Manaus e Campinas (SP), já demonstraram interesse em participar do programa para dar suporte a Boa Vista, que recebeu cerca de 38 mil imigrantes nos últimos dois anos, quase 10% da população municipal. “O Brasil não fecha fronteira, temos vários acordos internacionais e humanitários. O Brasil é um país receptivo, e, na medida das nossas possibilidades, […] vamos tratar isso como assistência humanitária”, reforça Natália de Souza.

Outras ações

Além da interiorização, o governo já vinha acolhendo os imigrantes por meio de abrigos em Boa Vista, oferecendo alimentação, acesso à saúde e documentação. No último mês, o Ministério da Justiça publicou portaria que agiliza a regularização dos imigrantes no País, regulamentando a autorização de residência e a solicitação de visto temporário.

Em parceria com a Agência das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), mais um abrigo foi aberto na capital em março, com capacidade para acolher e alimentar 220 imigrantes. As Forças Armadas abrigam e distribuem refeições a mais de 1,2 mil venezuelanos em quatro abrigos e, no momento, constroem um quinto, também em Boa Vista.

 

Fonte: Governo do Brasil, com informações da Casa Civil, do Ministério da Defesa, do Exército e do Ministério da Justiça