
A investigação apontou que a espionagem teria servido para atacar adversários e interferir em inquéritos
A Polícia Federal [PF] concluiu o inquérito que investigava o uso político da Agência Brasileira de Inteligência [Abin] durante o governo do ex-chefe do Executivo Nacional e ainda indiciou 35 pessoas. Entre eles estão o ex-presidente Jair Bolsonaro, seu filho Carlos Bolsonaro e o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da agência.
A PF concluiu que Ramagem havia montado uma estrutura ilegal de espionagem, usada para monitorar opositores do governo entre 2019 e 2021. Já Carlos Bolsonaro teria liderado o chamado [gabinete do ódio], que usava os dados para ataques públicos. E, Bolsonaro, por sua vez, foi apontado como beneficiário direto da estrutura.
Do caso
A espionagem foi arquitetada com o software israelense First Mile, que rastreava a localização de pessoas a partir de torres de celular, de acordo com a investigação inequívoca do órgão. Entre os monitorados estavam as autoridades: Alexandre de Moraes [STF], Rodrigo Maia [presidente da Câmara, na época dos fatos], o senador Renan Calheiros e também jornalistas.
Também foi indiciado o atual diretor da Abin, Luiz Fernando Corrêa, por suposta tentativa de obstrução das investigações.
Diante da conclusão do inquérito, o mesmo foi enviado ao STF. Por fim, caberá à Procuradoria-Geral da República [PGR] decidir pelo oferecimento da denúncia contra os indiciados.