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Modalidade criada para ser uma facilidade por ter juros mais baixos pode ser uma armadilha se o consumidor acumular prestações demais

O empréstimo com desconto em folha, chamado de consignado, é a opção mais barata entre os produtos financeiros disponíveis, mas é preciso cuidado para não transformar uma facilidade em problema. Mesmo sendo uma operação com taxas mais baixas, planejamento é essencial antes de contratar o empréstimo.

Para ajudar na tomada de decisão antes de contratar esse tipo de operação, o Portal Brasil conversou com especialistas e pegou algumas dicas. Duas estão entre as mais importantes: evite acumular prestações e empréstimos consignados; e não comprometa mais de 25% do salário com essa operação.

Essas duas dicas servem também de alerta. Os juros baixos e a facilidade de acesso a essa linha de crédito acaba levando as pessoas a fazerem uma série de operações seguidas, sem calcular se aquele volume de prestações cabe no orçamento e, sem perceber, o cliente acaba superendividado, com a maior parte da renda comprometida com o consignado.

“O consignado era para tirar a demanda de consumo inconsciente, só que ele passou a ser mais um produto no mercado”, ponderou Ronalde Lins, economista do Conselho Federal de Economia (Cofecon).

“Atualmente, 88% dos servidores em Brasília estão endividados ou superendividados com o consignado. Em alguns casos, ele toma praticamente todo o salário da pessoa com essa operação financeira”, relatou.

Como funciona o crédito consignado

Como não existe um boleto ou uma fatura, algumas pessoas contratam o consignado e esquecem de acompanhar mensalmente os descontos na folha de pagamento. Depois de algum tempo, acabam fazendo novas operações sem sequer checar se há espaço para novos empréstimos.

O especialista ainda explicou que o empréstimo consignado vai descontar as prestações diretamente do seu salário, ou seja, ele vai ficar menor durante o período de parcelamento da dívida. Por isso, é preciso evitar fazer novas prestações até quitar a operação para não comprometer o orçamento.

“Tem de planejar para não cair nas armadilhas do grande consignado. Algumas famílias têm até dez empréstimos no consignado, e isso é preocupante porque toma todo o orçamento familiar”, afirmou Lins.

Como usar o crédito consignado

O ideal é não usar essa linha apenas para consumo ou gastos supérfluos. Pegar o empréstimo consignado para quitar operações mais caras, como o rotativo do cartão de crédito ou o cheque especial, cujas taxas podem superar os 300% ao ano, é uma boa estratégia – neste caso o consignado é usado para trocar uma dívida cara por outra mais barata.

A recomendação é não comprometer mais de 25% da renda com o crédito consignado. No entanto, se você chegou a esse limite, um sinal de alerta está aceso, e se as contas estiverem apertadas demais, renegociar essas dívidas pode ser a melhor opção para evitar inadimplência e mais complicações.

Fonte: Portal Brasil