16 de Setembro de 2019



Alice Mourão da Silva morreu após ser medicada com (dipirona) no Hospital Regional de Ceilândia (HRC), em (27/03/19)

OMS revela que 138 milhões de pessoas são afetados por erros médicos por ano

A Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgou sexta-feira (14/09), a pouco dias do ‘Dia Mundial para a Segurança dos Pacientes’ – 17 de setembro -, que mais de 138 milhões de pessoas são afetadas anualmente por erros médicos, e, 2,6 milhões morrem por esta causa.

Os erros no diagnóstico, na prescrição de remédios e tratamento e uso inadequado de fármacos são os três principais registros dessas falhas, segundo afirmou a médica Neelam Dhingra-Kumar, coordenadora de segurança para os pacientes da OMS, em entrevista coletiva.

Ocorrem porque os sistemas de saúde não estão adequadamente desenhados para enfrentar esses erros e aprender com eles, afirmou a especialista.

Kumar ainda afirmou que muitas unidades médicas ocultam os erros cometidos, o que impede que ações sejam tomadas.

Os dados divulgados pela OMS se referem apenas aos países de média e baixa renda, que vivem 80% da população mundial. Em países mais desenvolvidos, a estimativa é que uma a cada dez pacientes seja vítima de erros.

Falhas na aplicação de remédios por vias de administração, erros nas transfusões de sangue ou obtenção de radiografias, ou em casos mais dramáticos, na indicação de que membro deve ser amputado ou que lado do cérebro deve ser submetido a cirurgia, são apontados por principais causas.

Dhingra-Kumar, apontou ainda, que entre os fatores que causam estes problemas estão a falta de hierarquia “clara” em determinados hospitais ou a insuficiente comunicação entre os funcionários do quadro da equipe.

Segundo a OMS, apenas os erros relacionados a prescrição errada de remédios custam aos sistemas de saúde de todo mundo certa de US$ 42 bilhões (R$ 170 milhões).

Para conscientizar os profissionais sobre a problemática, a OMS adotará, a partir deste ano, no Dia Mundial para a Segurança dos Pacientes, a cor laranja para iluminar monumentos e unidades de saúde ao redor do mundo.