16 de Setembro de 2019

A série Game os Thrones

A série Game os Thrones puxou o crescimento da pirataria em 2019. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)

Dividir para conquistar sempre foi a melhor estratégia de guerra, e ela está sendo ganha pela pirataria, conforme revelado pelo último Relatório Global de Fenômenos da Internet da Sandvine (empresa americana de equipamentos de rede). Ao passo que Game of Thrones vence na categoria de obra mais baixada ilegalmente, a Netflix perde a coroa como maior consumidora do planeta de largura de banda de internet.

Sua queda pode ser explicada pelo boom de canais de streaming, o que está levando a uma crescente e inexorável fragmentação do mercado, representada por canais de streaming de milhares de fornecedores de conteúdo em todo o mundo. Acompanhando essa diversidade está o compartilhamento de arquivos.

Consumidores que não podem se dar ao luxo de assinar todos os diferentes serviços compartilham arquivos para ter acesso ao conteúdo original mais recente, explica o relatório.

Enquanto no primeiro semestre de 2019 o streaming de mídia via HTTP representou 12,8% do tráfego de downstream, a Netflix entra na conta com 12,6%, seguida por YouTube (8,7%), operadoras IPTV (7,2%), download via HTTP (4,5%), TLS HTTP (4,4%), HTTP (3,0%), Facebook (3,0%), download do PlayStation (2,8%) e BitTorrent (2,4%). Este último ainda representa mais de 27% do volume total de tráfego upstream global (mais de 44% somente na Europa, Oriente Médio e África).

Pirataria é o “novo normal”?

Em 2018, o relatório da Sandvine apontava um crescimento no compartilhamento de arquivos pela primeira vez em muitos anos. Em 2019, o aumento teve um protagonista: Game of Thrones. Todo mundo queria assistir primeiro – até porque havia um mundo de spoilers em forma de tweets, artigos, postagens e até mesmo na mídia tradicional. O esforço para ter acesso à série se traduziu em um aumento fenomenal no compartilhamento pirata.

“Esse resultado é uma prova de que a ‘Guerra do Streaming’ resultará não apenas em mais vídeos no ar como também no renascimento do compartilhamento de arquivos. A pergunta a se fazer aos detentores de conteúdo e operadores de rede é: esse é o novo normal? Se a resposta for sim, todos estarão numa situação complicada”, conclui o levantamento.