Dez ministros deixaram o governo federal nesta quinta-feira (31) e se preparam para a corrida eleitoral. O movimento se deve a Lei Complementar nº 64/1990, que determina que autoridades do Executivo devem deixar o cargo no prazo de até seis meses antes de concorrerem às eleições gerais.

Veja para onde vão os ex-ministros:

AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO

ministros

Tereza Cristina (PP) tentará o Senado pelo Mato Grosso do Sul. [fotografo]Geraldo Magela/Agência Senado[/fotografo]Anteriormente licenciada para assumir o cargo de ministra, Tereza Cristina reassume o mandato de deputada federal pelo Mato Grosso do Sul. Tereza deixou o Democratas (agora União Brasil) e se filiou ao PP no começo deste mês para disputar uma vaga ao Senado. Ela foi substituída por Marcos Montes, então secretário-executivo do ministério.

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No discurso de saída do Ministério da Agricultura, Tereza destacou os desafios que enfrentou e comemorou as conquistas do ministério. “Na nossa gestão priorizamos o agricultor familiar. A agricultura é uma só e devemos apoiar aqueles que mais precisam”, afirmou a ex-ministra.

CIDADANIAministros

João Roma (PL) tentará o governo da Bahia. Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

João Roma deixa o Ministério da Cidadania para disputar o governo da Bahia. Roma deixou o Republicanos e se filiou ao PL no último domingo (27), mesmo partido do presidente Jair Bolsonaro. Ronaldo Vieira Bento, ex-chefe da assessoria de Assuntos Estratégicos do ministério, assume a Pasta.

CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÕESministros

Marcos Pontes (PL) tentará a Câmara dos Deputados por São Paulo. Foto:Carolina Antunes/PR

Primeiro brasileiro a ir para o espaço, Marcos Pontes planeja voos mais humildes no horizonte. Pontes também se filiou ao PL no último domingo e irá concorrer a deputado federal por São Paulo. O então secretário de Inovação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, Paulo Alvim, assume o comando da Pasta.

DEFESAO ministro da Defesa, Braga Netto, durante audiência pública na Câmara dos Deputados. Reila Maria/Câmara dos Deputados

Braga Netto ainda não anunciou oficialmente, mas deverá ser o vice de Bolsonaro na reeleição. Foto: Reila Maria/Câmara dos Deputados

Único que não teve o anúncio juntamente com os colegas ministros, Braga Netto teve a exoneração publicada no final desta manhã. Mas ele não ficará longe: foi nomeado assessor especial do gabinete pessoal de Bolsonaro. Pela legislação vigente, precisará deixar o cargo em até três meses antes da eleição.

Sem anúncio oficial, tudo indica que Braga Netto será o vice de Bolsonaro. O general Paulo Sérgio Nogueira, que comandava o Exército, assume o Ministério da Defesa. General hierarquicamente mais antigo, Freire Gomes assume a força terrestre. Ele era o comandante de Operação Terrestres.

DESENVOLVIMENTO REGIONAL

Rogério Marinho (PL) tentará o Senado pelo Rio Grande do Norte. [fotografo] Agência Brasil [/fotografo].Outro ministro filiado ao PL, Rogério Marinho concorrerá a uma vaga no Senado pelo Rio Grande do Norte. Rogério deixou o ministério afirmando ter “certeza da missão cumprida” e “tranquilo” por deixar a Pasta sob comando de Daniel de Oliveira Duarte Ferreira, então secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento Regional.

INFRAESTRUTURA

Tarcísio de Freitas (Republicanos) tentará o governo de São Paulo. [fotografo] Marcello Casal Jr./ Agência Brasil [/fotografo]Tarcísio de Freitas deixa o Ministério da Infraestrutura com uma missão ambiciosa: ser eleito o governador de São Paulo. Desde 1994, todos os governadores do estado mais populoso do país pertencem ao PSDB. Rachas e intrigas internas dos tucanos, podem favorecer o cenário para Tarcísio, que se filiou ao Republicanos no começo desta semana. O então secretário-executivo da pasta, Marcelo Sampaio, assume a pasta.

MULHER, FAMÍLIA E DIREITOS HUMANOSMinistra de Estado da Mulher, da Família e Direitos Humanos, Damares Alves. Foto: Anderson Riedel/PR

Ministra de Estado da Mulher, da Família e Direitos Humanos, Damares Alves. Foto: Anderson Riedel/PR

Mesmo com cargo e estados indefinidos, Damares Alves deixou o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos. Inicialmente, Damares cogitava concorrer ao Senado pelo Amapá, mas enfrentou resistências devido à influência do senador Davi Alcolumbre (União-AP), favorito a conquistar a única vaga do estado em jogo neste ano. Uma candidatura em Sergipe, para Senado ou Câmara dos Deputados, é cogitada. Cristiane Britto, então secretária nacional de Políticas para as Mulheres, assume o ministério.

SECRETARIA DE GOVERNO

Flávia Arruda (PL) tentará o Senado pelo Distrito Federal. Foto: Cleia Viana / Agência Câmara

Filiada ao PL, Flávia Arruda assumiu uma das cadeiras que Bolsonaro precisou ceder ao chamado “centrão”, em 2021. Célio Faria Junior, chefe do gabinete pessoal de Bolsonaro, assume o ministério responsável pela articulação política do Planalto com o Congresso.

Agora, Flávia reassume o mandato de deputada federal do Distrito Federal e se prepara para concorrer ao Senado pelo DF. No discurso de saída, a ministra fez acenos aos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSG-MG). “Sem eles, seria impossível a aprovação de matérias importantes e polêmicas. Dialoguei com todas as forças políticas e juntos encontramos, quando parecia impossível, as convergências necessárias para o país”, afirmou Flávia.

TRABALHO E PREVIDÊNCIA

Onyx Lorenzoni (PL) tentará o governo do Rio Grande do Sul. [fotografo] Agência Câmara [/fotografo]Onyx Lorenzoni deixa um ministério pela quarta vez, somente nesta gestão. Após passar pela Casa Civil, Cidadania e Secretaria-Geral, Onyx sai agora do Ministério do Trabalho e Previdência para concorrer ao governo do Rio Grande do Sul. O ex-ministro foi mais um que foi para o PL seguindo Bolsonaro. José Carlos Oliveira, presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), assume a pasta.

TURISMO

Gilson Machado (PL) tentará o Senado por Pernambuco. informou neste sábado (15) que testou positivo para a Covid. Machado afirmou que está assintomático. Foto: Roberto Castro/MTur

Gilson Machado sai do ministério para concorrer ao Senado em Pernambuco. O ex-ministro saiu do PSC e se filiou ao PL, onde aturará como palanque regional para Bolsonaro no Nordeste. O então diretor-presidente da Embratur, Carlos Brito, assume o Ministério do Turismo.

Por Caio Matos Estagiário. Graduando em jornalismo pela Universidade Paulista (Unip). Trabalhou na Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom) e nas assessorias de comunicação da Casa Civil da Presidência da República e da Codeplan.