21 de Abril de 2020 | Atualizada em 27/04/2020 09h20

Redação

 #contagem, #minas gerais, #coronavírus,

Foto: Reprodução/Redes sociais

O Brasil já registrou ao menos 32 mortes de profissionais de enfermagem em decorrência da Covid-19 até esta terça-feira (21), de acordo com levantamento do site Saúde & Direitos Sociais. As infecções do novo coronavírus entre enfermeiros, técnicos e assistentes de enfermagem já passam de 4 mil.

A cidade de Contagem registrou a primeira morte por COVID-19 nesta segunda-feira (20). A técnica em enfermagem tinha 53 anos, havia sido diagnosticada com infecção pelo novo coronavírus em 8 de abril.

De acordo com a secretaria municipal, a profissional era servidora da Prefeitura de Contagem e do governo estadual. Ela trabalhou na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) Ressaca, que é vinculada ao município. Também exercia a profissão na Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig), no Hospital Alberto Cavalcanti, localizado no Bairro Padre Eustáquio, na Região Noroeste de Belo Horizonte.

Hoje, perdi minha amiga pra esse vírus maldito. Minha amiga vai fazer muita falta. Sei que você está em um lugar melhor que nós. A família UPA Ressaca perde uma grande profissional. A enfermagem hoje está de luto. Perdemos uma guerreira.

escreveu uma colega de trabalho

Conforme o último levantamento da Secretaria de Estado de Saúde a cidade já tem outros 36 casos confirmados.

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Técnica em enfermagem Williane Maily Lins dos Santos, de 30 anos, morreu na noite de sexta-feira (17/4), no Hospital João Murilo, em Vitória de Santo Antão, na Zona da Mata pernambucana, fortes suspeitas de ser mais um profissional de nfermagem vítima do coronavírus – Arquivo família

Outra profissional que se soma a esta triste estatística é Williane Maily Lins dos Santos, de 30 anos.

Sem conseguir UTI, a técnica em enfermagem morreu na noite da sexta-feira (17/4), com covid-19 em Pernambuco.

Ela amava demais o que fazia. Já trabalhou em vários hospitais. Era uma profissional prudente. Não desconfiava em momento algum que era covid-19. Achava que era gripe, infecção de garganta. Fez tratamento, mas não melhorava. Demoraram demais para entubá-la no hospital e ainda mais tempo para arrumar uma UTI

Abimael Francisco Pereira, padrasto da vítima

Williane lutava pela transferência para uma unidade de terapia intensiva desde a manhã da última quinta-feira (16), quando seu quadro que parecia ser uma grave laringite se agravou, após duas semanas de sintomas.

Mais de 24 horas tentando uma transferência e nada. Quando apareceu um leito de UTI vago em um hospital privado de Recife, já era tarde demais. A técnica em enfermagem teve uma parada cardíaca e faleceu às 23h45. Williane deixa uma filha de seis anos.

Ela era uma mulher jovem, sem qualquer problema de saúde, nunca foi tabagista, era saudável, trabalhadora. Não sou Deus para dizer que ela iria sobreviver, mas possuía grandes chances. Trinta anos sem patologias. Uma UTI a salvaria

Suzana Melo, médica chefe e amiga da vítima

Apesar das idas a um posto de saúde na cidade, a técnica em enfermagem só foi tratada como possível vítima da covid-19 quando chegou ao hospital. Mas nenhum teste foi feito.

Williane Maily era técnica de enfermagem na Clínica do Rim de Vitória de Santo Antão, onde nove profissionais de saúde estão afastados com suspeita de contaminação pelo coronavírus.

Novas atualizações

Técnico de enfermagem Cláudio Raimundo Soares, 56 anos, de João Pessoa – falecido na terça-feira (21/04).

Técnico em enfermagem Alan Patrick do Nascimento, de 38 anos, Rio de Janeiro – falecido na quarta-feira (21/04).