
O ex-governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, foi convidado a se retirar de um evento religioso realizado na manhã deste sábado (25/10), durante a Convenção Geral da Assembleia de Deus de Brasília [Adeb], em Taguatinga. O encontro reuniu líderes e ministros credenciados da denominação.
Segundo informações confirmadas pelo pastor Carlos Xavier, irmão do pastor Orcival Pereira Xavier, presidente da Adeb e organizador do evento, Arruda tentou participar da convenção, mas foi informado na portaria pelo presbítero Daniel Abrantes de que o acesso era restrito a ministros inscritos.
Ainda de acordo com o presbítero, o ex-governador teria insistido em entrar, afirmando que apenas desejava receber uma oração. “Expliquei que a reunião era exclusiva para pastores e obreiros credenciados. Ele então respondeu: ‘Diz para o seu pastor que, quando eu for governador, vou lembrar disso e dar o troco à igreja’, relatou Abrantes.
O episódio, que durou cerca de sete minutos, foi registrado em vídeo e terminou com a saída pacífica de Arruda, acompanhado de seis pessoas. A equipe do político não chegou a ter acesso ao auditório principal.
Versões divergentes – mas o povo de Deus não está para mentir
Em contato com o portal Metrópoles, Arruda negou qualquer atrito e afirmou que foi “convidado” oficialmente para a convenção. “Fui recebido com tapete vermelho, cumprimentei todo mundo e apenas precisei sair mais cedo porque tinha outro compromisso em Samambaia”, declarou.
A organização do evento, no entanto, manteve a versão de que o ex-governador não estava autorizado a participar e foi “convidado” a se retirar de forma respeitosa.
Episódio remete à antiga polêmica com igreja do Riacho Fundo I
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O caso trouxe à memória um episódio ocorrido há mais de duas décadas, quando a Igreja Batista Gera Vida, hoje, [Igreja Batista Mais Vida] situada na QS 16, Área Especial 02 do Riacho Fundo I, teve sua tenda de cultos derrubada na gestão de Arruda como governador.
Na época, o espaço havia sido ocupado de forma precária e provisória, com autorização de 90 dias concedida pelo então administrador regional. A derrubada foi justificada como cumprimento do dever do Estado de coibir ocupações irregulares em área pública.
Entretanto, a ação gerou forte reação da comunidade evangélica, sensibilizando autoridades e resultando, posteriormente, na cessão de um novo terreno à instituição. A igreja, que hoje possui sede construída e ampliada, segue ativa e pode ter o espaço regularizado definitivamente, segundo apuração do portal.
Contexto político
Mesmo inelegível por condenações ligadas à Operação Caixa de Pandora, Arruda tenta retornar à cena política com base em interpretações sobre a mudança recente na Lei da Ficha Limpa. Especialistas, contudo, afirmam que as alterações não retroagem e, portanto, não reabilitam automaticamente sua candidatura ao Governo do Distrito Federal em 2026.




