O fenômeno Celina-Ibaneis: pesquisa revela alinhamento raro entre aprovação de governo e intenção de voto

Celina Leão lidera intenções de voto para governador do Distrito Federal, aponta Paraná Pesquisa
Ibaneis Rocha e Celina Leão

A mais recente rodada da pesquisa nacional por estados, realizada entre 6 e 8 de dezembro com 1.200 eleitores do Distrito Federal, revela um cenário eleitoral amplamente favorável ao grupo político que comanda o Palácio do Buriti. Com margem de erro de três pontos percentuais, a sondagem mostra que a vice-governadora Celina Leão [PP] desponta como franca favorita na disputa pelo Governo do DF, enquanto o governador Ibaneis Rocha [MDB] se consolida como o nome mais influente da capital na corrida para o Senado >>

Na pergunta estimulada para o Governo do DF, Celina supera todos os adversários com larga folga. No cenário em que enfrenta José Roberto Arruda [sem partido], Leandro Grass [PT] e outros nomes, atinge 40% das intenções de voto, quase o dobro do segundo colocado. Em um segundo cenário, sem a presença de Arruda, a vantagem é ainda mais expressiva: Celina chega a 50%, enquanto Grass aparece com 16%. A rejeição à candidata também é baixa, de 27%, o que reforça a consistência do desempenho.

O ambiente favorável se explica pela avaliação do atual governo. Ibaneis atinge 63% de aprovação, e 55% dos entrevistados afirmam que o DF está melhor que outros estados do país. Para 62%, o próximo governo deve manter tudo ou a maior parte do que vem sendo feito. Na comparação com seus antecessores, Ibaneis também surge como o melhor governador recente para 74% dos entrevistados, distanciando-se de Rodrigo Rollemberg e Agnelo Queiroz.

A disputa pelo Senado, que terá duas vagas abertas em 2026, aparece fragmentada, mas com tendência clara: Michele Bolsonaro (PL) e o próprio Ibaneis lideram a maioria dos cenários apresentados. Leila do Vôlei [PDT] mantém base sólida e competitiva, enquanto nomes da esquerda, como Erica Kokay e Leandro Grass, aparecem dividindo o mesmo eleitorado e com desempenho inferior.

Os números sugerem que, se as eleições fossem hoje, Celina Leão entraria na disputa em posição privilegiada e apoiada por um governo bem avaliado. Já para o Senado, o cenário indica uma corrida marcada pela força do bolsonarismo e pela musculatura política de Ibaneis, que, caso opte pela candidatura, tende a ocupar uma das vagas.

A pesquisa mostra um eleitorado pouco mobilizado — 79% ainda não decidiram o voto espontâneo para governador —, mas disposto a premiar a continuidade administrativa. A oposição, fragmentada e sem nomes consolidados, enfrenta o desafio de romper uma estrutura de poder fortalecida pela aprovação popular e pela ausência de um antagonista competitivo.