Tensões políticas em foco: bolsonaristas acusam ex-membros Anderson Torres, Mauro Cid, Cláudio Mendes de traição

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Mauro Cid, ex-ajudante de Ordens do então presidente Jair Bolsonaro (PL), durante a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos, da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), em Brasília, nesta quinta-feira, 24. — Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO

Brasília – A polarização política no Brasil atingiu um novo patamar nos últimos dias, com bolsonaristas apontando dedos e acusando ex-membros do movimento de traição e colaboração com autoridades na investigação dos chamados “Atos Antidemocráticos“. Enquanto o espectro da esquerda é percebido pelos bolsonaristas como unido na proteção de seus integrantes, os patriotas têm se voltado uns contra os outros.

O último capítulo dessa intriga política envolve o major da reserva da Polícia Militar, Claudio Mendes dos Santos, que depôs perante a CPI dos Atos Antidemocráticos, na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF). Durante sua sessão de depoimento, Santos alegou que o Exército fornecia segurança para os bolsonaristas acampados em frente ao Quartel-General do Exército em Brasília, gerando questionamentos sobre o grau de envolvimento das forças armadas com esse grupo.

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Santos, que é suspeito de ensinar táticas de guerrilha a radicais bolsonaristas, afirmou que aproximadamente 90 policiais do Exército vigiavam o acampamento diariamente. No entanto, o major negou ter ministrado tais táticas durante sua estadia no acampamento.

As acusações feitas por Santos vêm em um contexto em que os bolsonaristas estão cada vez mais divididos, com alegações de traição sendo lançadas contra ex-companheiros de luta. Fernando Silva, um dos líderes do que foi conhecido como QG bolsonarista, falou ao portal S&DS, declarando que o projeto de “patriotismo” teria implodido devido às ações dos próprios ditos patriotas.

“Diferente da esquerda, que preserva e protege a ”companheirada”; a direita se mostrou um bando de X-9 perante à justiça e CPI, não é Anderson Torres, Mauro Cid, Cláudio Mendes…? ,” disse Silva, destacando a suposta fragilidade da unidade entre os bolsonaristas.

Essas divisões internas dentro do campo bolsonarista têm chamado a atenção, levantando questionamentos sobre o futuro do movimento e seu impacto na política brasileira. Enquanto a esquerda preserva a coesão interna, a direita parece enfrentar desafios crescentes à medida que antigos aliados se voltam uns contra os outros nas investigações em curso. O desfecho dessas tensões políticas permanece incerto e certamente terá repercussões no cenário político do Brasil.