O país gasta milhões todos os anos na formação de médicos que após diplomados vão para a iniciativa privada ou exercem seus ofícios como profissionais liberais que cobram o preço da consulta daqueles que pagaram por suas formações. 

No Distrito Federal, a Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde (FEPECS), mantenedora da Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS), vinculada à Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF), que oferta as graduações de medicina e enfermagem possui orçamento de mais de R$ 15 milhões anuais, conforme nosso levantamento no Sistema Integrado de Gestão Governamental (SIGGO), de 2019, disponível no Quadro de Detalhamento de Despesas (QDD), do Governo do Distrito Federal (GDF).  

A ESCS em seus 20 anos de história, já graduou 1.104 médicos e 424 enfermeiros, sendo a única escola do país que tem seus cursos de medicina e enfermagem ligados a Secretaria de Saúde. Uma Escola Pública do SUS e para o SUS que forma profissionais para iniciativa privada ou pública? No último semestre, a instituição formou 78 médicos, que fizeram parte da 16º Turma na Medicina da ESCS.

Olhem para os noticiários sobre a falta de médicos na rede pública de saúde de todo o país e no DF, e façam a seguinte pergunta: “Cadê os médicos formados com dinheiro público?“. De acordo com o portal Escolas Médicas do Brasil, são 77 instituições federais, 36 estaduais, 20 municipais e 10 públicas que formam médicos com dinheiro público.

Uma formação extremamente cara, pois a graduação em medicina têm um custo relativo maior que os demais cursos, para qual retorno aos cidadãos?

O deputado federal eleito, Rafael Prudente (MDB-DF), vai apresentar um Projeto de Lei, na Câmara dos Deputados, para correção do dispêndio e justiça social para com os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). 

“Identificamos que grande parte dos médicos formados no país e aqui no Distrito Federal, são formados e custeados por nós. Eles são formados ou por universidades federais, como a UnB ou a Escola Superior de Ciências da Saúde – ESCS, FIES ou Prouni. Vou apresentar no Congresso um projeto para que os médicos formados com dinheiro público terão que passar pelo menos 5 anos, cumprindo uma carga mínima a definir, com salário, sendo obrigados a darem plantões no Sistema Único de Saúde (SUS)”, finaliza Prudente.