Mohammed Saydul Isalm. Foto: portal S&DS

Quando em 2015, Mohammed Saydul Isalm, com 26 anos, deixou Bangladesh rumo ao Brasil, país que muito ouviu falar pelos meios de comunicação da Índia, seu desejo de apenas conhecer o “país do futebol” transformou-se na identificação imediata como seu futuro lar. 


Mohammed relata que antes viveu e trabalhou em Dubai, por três anos, quando resolveu pegar o avião e seguir para a para cidade de São Paulo. 


Após um curto período em SP, seguiu para o Paraná, onde confirmou o seu desejo de viver no Brasil.   


Saydul com o visto de turista, relata que nesse período,  resolveu procurar a Polícia Federal para ampliar sua permanência e conseguir autorização para trabalhar.


Embora tenha parentes nos Estados Unidos, nas cidades de New York e Michigan, onde mora uma prima há mais de 50 anos, Saydul pretende ficar morando aqui e pensa em trazer seus pais que estão em sua terra natal. 


“O Brasil é um país seguro, sossegado, pacífico, as pessoas são respeitosas e animadas. Há oportunidades, consegui abrir minha empresa e trabalhar por aqui”, relata Saydul.


Dias difíceis 


Sempre há aqueles que querem aproveitar a situação para ganhar vantagem em cima das pessoas de bem. E com Mohammed, não foi diferente. 


“Pessoas más, se aproximaram de mim e me pressionavam por propina quando trabalhava na rua vendendo no Riacho Fundo I. Vários tipos de pessoas, inclusive do governo.” 

Estabelecimento de Mohammed. Foto: portal S&DS


Quando deixou o Paraná rumo à cidade do Riacho Fundo I, no Distrito Federal, na capital do Brasil, Mohammed trabalhou vendendo frutas e verduras debaixo da sombra de uma grande árvore, ao lado do que seria mais tarde sua loja, conhecida como Sacolão do Indiano.

Saydul fala que também tiveram pessoas boas que o ajudaram nessa jornada. Uma dessas pessoas, chegou a lhe dar a própria cama para dormir quando não tinha. 
“Vou sempre lembrar de todos que me ajudaram. Sou grato a Deus por colocar essas pessoas ao meu lado,” finaliza Mohammed Saydul.

Outro sacolão no centro da cidade do Riacho Fundo I. Foto: portal S&DS


Assim como Mohammed, várias famílias de indianos muçulmanos vivem hoje no Riacho Fundo I, onde possuem comércios e geram empregos e renda.
No Brasil vivem, atualmente, apenas 5 mil indianos.  

Atividade principal dos indianos na cidade. Foto: portal S&DS
Comércio de família indiana. Foto: portal S&DS

O que está acontece atualmente na Índia?

Narendra Modi, um líder divisionista na Índia, do Partido Nacionalista Hindu Bharatiya Janata (BJP), aprovou nova lei “para aqueles que enfrentam anos de perseguição fora e não têm para onde ir, a não ser a Índia”.

Acontece que críticos dizem que a lei é excludente, fazendo parte de uma agenda negativa para marginalizar os muçulmanos e violar os princípios seculares consagrados em sua Constituição. Segundo estudiosos desta Constituição Indiana, a fé não pode ser usada para critério de cidadania e privilégios de castas.