Aplicativo promete detectar sinais de traição amorosa usando Inteligência Artificial

Fotos stock phone livres de direitos.

Uma empresa brasileira trabalha, discretamente há mais de uma década, em um projeto que promete se tornar uma verdadeira bússola emocional: um aplicativo capaz de identificar sinais fisiológicos e comportamentais típicos de quem está mentindo em situações de confronto, especialmente sobre traição amorosa.

Com a chegada da Inteligência Artificial generativa e da análise comportamental em tempo real, a tecnologia parece finalmente pronta para sair do laboratório.

Chamado provisoriamente de Veritas, o sistema está em fase final de testes e combina algoritmos de reconhecimento facial, análise de voz e leitura de microexpressões com indicadores fisiológicos para avaliar, com alta precisão, a probabilidade de alguém estar mentindo ao ser questionado sobre infidelidade. A inspiração? Estudos científicos amplamente validados sobre o comportamento humano diante da mentira.

O corpo fala — e a IA escuta

Ao ser confrontada sobre uma possível traição, uma pessoa que está mentindo frequentemente manifesta reações involuntárias que podem ser detectadas por sensores ou pela câmera do celular. Essas reações são disparadas pelo sistema nervoso autônomo, principalmente pela resposta de “luta ou fuga”, ativada quando o corpo se sente ameaçado — inclusive por uma verdade que se tenta esconder.

Entre os sinais analisados pelo aplicativo, estão:

Alterações na voz

  • Tom de voz mais agudo ou mais grave que o normal;

  • Voz trêmula, pausas incomuns ou gagueira;

  • Respostas evasivas ou excesso de detalhes desnecessários.

Respiração e sudorese

  • Respiração acelerada e superficial;

  • Suspiros frequentes;

  • Boca seca e engolir em seco;

  • Sudorese repentina, mesmo em ambiente fresco.

Expressões faciais e contato visual

  • Evitar ou exagerar no contato visual;

  • Piscar com frequência irregular;

  • Rubor ou palidez facial;

  • Dilatação das pupilas.

Gestos e postura corporal

  • Coçar o nariz, boca ou orelha com frequência;

  • Mãos inquietas, pernas balançando, pés apontando para a saída;

  • Rigidez muscular, braços cruzados ou tensão excessiva.

Padrões de fala e defesa emocional

  • Repetição da pergunta antes de responder;

  • Mudanças na narrativa quando pressionado;

  • Reações defensivas ou agressivas desproporcionais;

  • Negação veemente ou expressão artificial de choque.

Tecnologia baseada em ciência — e limites éticos

Imagens isentas de royalties | Shutterstock

O aplicativo não se propõe a ser um “detector de mentiras absoluto”, tampouco tem valor jurídico ou diagnóstico. Ele funciona como um sistema de alerta baseado em padrões. A empresa desenvolvedora reforça que a ferramenta deve ser usada como apoio — e jamais como sentença definitiva.

Especialistas em psicologia comportamental e análise forense foram consultados durante todo o desenvolvimento, segundo a empresa. Um dos princípios mais importantes é o conceito de linha de base, ou seja, conhecer o comportamento habitual da pessoa para identificar desvios. O mesmo gesto que em um indivíduo pode indicar mentira, em outro pode ser apenas uma reação nervosa comum.

Previsão de lançamento

Ainda sem data oficial de estreia, o Veritas está previsto para ser lançado até o final de 2025, com versões para Android e iOS. A plataforma também poderá integrar dispositivos vestíveis (como smartwatches) para coleta adicional de batimentos cardíacos e temperatura da pele.

Seja como curiosidade, apoio emocional ou ferramenta de autodefesa, a proposta do app vai desperta debates éticos, legais e sociais. Mas uma coisa é certa: a IA chegou até ao campo do amor — e da desconfiança.

Redação S&DS