
Senhor Donald Trump, quando o senhor fala do Brasil, o mundo escuta — e, por mais controverso que isso pareça, nós agradecemos. Porque o Brasil que emerge dessas falas não é mais aquele país decorativo no cenário global, lembrado apenas por seu futebol, seu carnaval ou sua exuberância natural. É um país que já se deu conta do próprio peso geopolítico. Um Brasil que não aceitará mais ser tratado como quintal de nenhuma potência. Nem mesmo da sua, senhor Trump.
Não é mais o tempo de um Brasil submisso, receptáculo passivo das vontades das grandes potências. É tempo de protagonismo. E a geopolítica internacional começa, enfim, a compreender que o Brasil é muito mais que um player periférico. Somos um continente disfarçado de país, com reservas estratégicas, biodiversidade incomparável, matriz energética limpa, e uma das maiores populações do planeta. Não há futuro climático, alimentar ou energético no mundo sem o Brasil. E agora, também não há futuro geopolítico possível ignorando a nossa voz.
A tentativa de usar tarifas como retaliação comercial, atrelando-as à situação judicial de um ex-presidente, expõe um velho estilo de fazer política externa: imperial, condicionante, intimidador. Mas o Brasil de 2025 não se curva. Ao contrário, se posiciona. Aqui temos leis. Aqui se julga, sim, quem conspira contra a democracia. E isso independe de aplausos ou vaias internacionais.
LEFT-WING BLUES: @realdonaldTrump unloads a scorcher on his way to Pittsburgh—blasts @SenAdamSchiff for alleged mortgage fraud, slams @AOC and @RepJasmine as low-IQ, and even labels NYC mayor hopeful @ZohranKMamdani a “communist”! pic.twitter.com/KHsYOEN6wb
— Fox News (@FoxNews) July 15, 2025
A declaração de Trump — ao chamar o processo contra Bolsonaro de “caça às bruxas” — serve, paradoxalmente, para reafirmar o amadurecimento do nosso Estado de Direito. Os EUA podem continuar a viver seu déjà vu autoritário, mas aqui, quem tentou romper a institucionalidade responde perante o Supremo. Gostem ou não, o Brasil caminha para uma maturidade institucional que muitas potências, presas em seus próprios delírios, ainda não alcançaram.
O mundo, em sua ordem multipolar, precisa lidar com um novo tipo de Brasil: soberano, altivo, capaz de dialogar com a China e os EUA, com a União Europeia e os BRICS, com o G20 e com a África. Somos país continental e também ponte entre mundos. Somos a semente de um Ocidente do Sul — com cultura vibrante, economia promissora e uma diplomacia que recusa se ajoelhar para qualquer império.
Trump nos faz um favor ao nos colocar nos holofotes. Agora, é com a gente. A história está nos convidando a assumir o que sempre fomos: líderes de nós mesmos. Que fique claro: o Brasil respeita as nações, mas não aceita coleiras.




