

Durante o escândalo do mensalão do DEM, em 2010, os irmãos participaram de um ato simbólico que marcou uma geração e exemplificou a formação cidadã precoce guiada pela família.
Consciência política desde cedo
Neste Dia das Crianças, uma história simbólica e inspiradora volta à tona como reflexão sobre o papel das famílias na formação política das novas gerações.
Em 2010, quando o Distrito Federal foi abalado pelo escândalo do mensalão do DEM, dois jovens brasilienses — Juliane Sanches, nascida em julho de 2000, e Samuel Sanches, nascido em 13 de dezembro de 2003 — participaram do enterro simbólico do então governador José Roberto Arruda e de seu vice, Paulo Octávio, ambos presos após denúncias de corrupção.
O episódio, marcado pela indignação popular e pela cobertura nacional, simbolizou o repúdio coletivo ao maior esquema de propina já revelado no governo do DF. À época, os irmãos eram crianças, mas já compreendiam — sob orientação dos pais — o significado daquele momento histórico.
O valor da formação familiar e da ética pública
O pai dos jovens, o jornalista e enfermeiro Ivan Rocha, relembra o ato com convicção e serenidade:
“Posso dizer que a adultização política de meus filhos só os fez preparados para enfrentarem seus futuros, sem manipulação de terceiros e da grande mídia. Não se trata de impor ideologia, mas de abrir os olhos para o mundo real e ensinar que ética, verdade e responsabilidade pública são valores inegociáveis.”
Para Ivan, o gesto teve um propósito pedagógico: fortalecer o senso crítico e o entendimento de que a política é um espaço de escolhas conscientes — e não de submissão a narrativas prontas.
“A formação cidadã começa em casa. Não se pode delegar aos outros — e muito menos às instituições ideologizadas — a tarefa de ensinar nossos filhos o que é certo ou errado no exercício do poder”, reforça.
Adultização política responsável: consciência, não manipulação
Mais de uma década depois, a experiência de Juliane e Samuel permanece como exemplo de adultização política responsável — um conceito que se opõe à manipulação ideológica e defende o despertar da consciência desde a infância.
Em tempos de polarização e desinformação, a história dos irmãos Sanches mostra que educar politicamente é libertar, e que o conhecimento é o melhor antídoto contra as armadilhas das ideias vazias.
Neste 12 de outubro, o gesto simbólico de 2010 ressurge não apenas como lembrança, mas como lição de cidadania e exemplo de protagonismo familiar na formação de jovens éticos, críticos e conscientes.




