Hospital de Base realiza mutirão e evita cirurgias em pacientes com tumores gastrointestinais
Procedimento minimamente invasivo foi realizado por especialistas do IgesDF em parceria com a Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva do DF
O Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF), em parceria com a Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva do Distrito Federal (Sobed-DF), realizou no último sábado (2) um mutirão que atendeu oito pacientes com lesões precoces no sistema digestivo, previamente selecionados. A ação ocorreu no Hospital de Base do DF (HBDF) e utilizou uma técnica moderna chamada Dissecção Endoscópica da Submucosa (ESD), que permite a remoção de tumores sem a necessidade de cirurgia aberta.
Além do atendimento aos pacientes, o evento intitulado “Do Caso ao Corte: MasterClass em ESD com Experts” teve caráter formativo. Cerca de 40 médicos participaram presencialmente da iniciativa, que também foi transmitida ao vivo pelo canal da Diretoria de Inovação, Ensino e Pesquisa (Diep) do IgesDF, ampliando o alcance educacional da ação para profissionais da área médica.
A técnica utilizada permite a remoção segura de tumores pequenos localizados no estômago, esôfago ou intestino, por meio de um aparelho semelhante a uma câmera, introduzido por endoscopia. A abordagem é menos invasiva, acelera a recuperação dos pacientes e reduz o risco de complicações.
“Essa parceria mostra o que a medicina pode fazer quando une competência técnica e humanidade. A qualidade do serviço de endoscopia do IgesDF e a união com a Sobed-DF permitem oferecer um tratamento seguro e eficaz para nossos pacientes”, destacou a gastroenterologista do HBDF e presidente da Sobed-DF, Ariana Cadurin.
Uma das beneficiadas pela ação foi Liozina Francisca da Silva, de 83 anos, moradora de Uruana (MG), que está em acompanhamento no Hospital de Base desde 2022, quando foi tratada de um câncer de tireoide. “Descobri o tumor no estômago há dois meses, e logo fui encaminhada. Fiquei surpresa com a agilidade. Me chamaram para a retirada em pouco tempo. Estou confiante de que a recuperação também será tranquila”, contou a paciente.
De acordo com os especialistas, lesões detectadas precocemente no trato gastrointestinal podem ser benignas ou ainda malignas em estágio inicial. Quando tratadas a tempo, podem ser removidas sem a necessidade de cirurgias invasivas, aumentando as chances de cura e reduzindo os danos físicos e emocionais ao paciente.
Para o cirurgião gastroenterologista Hugo Guedes, a ação marca um avanço significativo para a especialidade. “Por meio da endoscopia conseguimos oferecer tratamentos cada vez menos invasivos. Este é um momento de celebração. Quem ganha é o paciente”, avaliou.
A supervisora da residência em endoscopia do HBDF, Juliana de Meneses, destacou o impacto positivo da iniciativa na formação de novos profissionais. “Além de beneficiar diretamente os pacientes, a experiência fortalece a formação dos nossos residentes e consolida o papel do Hospital de Base como referência em saúde pública e ensino”, afirmou.
