Senhor presidente Donald Trump: fale bem ou fale mal, mas fale do Brasil. Obrigado!

The President of the United States, Donald Trump, once again defended former Brazilian President Jair Bolsonaro this Tuesday (15), when asked by reporters after being informed about the request for conviction submitted by Brazil’s Office of the Prosecutor General (PGR).

Senhor Donald Trump, quando o senhor fala do Brasil, o mundo escuta — e, por mais controverso que isso pareça, nós agradecemos. Porque o Brasil que emerge dessas falas não é mais aquele país decorativo no cenário global, lembrado apenas por seu futebol, seu carnaval ou sua exuberância natural. É um país que já se deu conta do próprio peso geopolítico. Um Brasil que não aceitará mais ser tratado como quintal de nenhuma potência. Nem mesmo da sua, senhor Trump.

Não é mais o tempo de um Brasil submisso, receptáculo passivo das vontades das grandes potências. É tempo de protagonismo. E a geopolítica internacional começa, enfim, a compreender que o Brasil é muito mais que um player periférico. Somos um continente disfarçado de país, com reservas estratégicas, biodiversidade incomparável, matriz energética limpa, e uma das maiores populações do planeta. Não há futuro climático, alimentar ou energético no mundo sem o Brasil. E agora, também não há futuro geopolítico possível ignorando a nossa voz.

A tentativa de usar tarifas como retaliação comercial, atrelando-as à situação judicial de um ex-presidente, expõe um velho estilo de fazer política externa: imperial, condicionante, intimidador. Mas o Brasil de 2025 não se curva. Ao contrário, se posiciona. Aqui temos leis. Aqui se julga, sim, quem conspira contra a democracia. E isso independe de aplausos ou vaias internacionais.

A declaração de Trump — ao chamar o processo contra Bolsonaro de “caça às bruxas” — serve, paradoxalmente, para reafirmar o amadurecimento do nosso Estado de Direito. Os EUA podem continuar a viver seu déjà vu autoritário, mas aqui, quem tentou romper a institucionalidade responde perante o Supremo. Gostem ou não, o Brasil caminha para uma maturidade institucional que muitas potências, presas em seus próprios delírios, ainda não alcançaram.

O mundo, em sua ordem multipolar, precisa lidar com um novo tipo de Brasil: soberano, altivo, capaz de dialogar com a China e os EUA, com a União Europeia e os BRICS, com o G20 e com a África. Somos país continental e também ponte entre mundos. Somos a semente de um Ocidente do Sul — com cultura vibrante, economia promissora e uma diplomacia que recusa se ajoelhar para qualquer império.

Trump nos faz um favor ao nos colocar nos holofotes. Agora, é com a gente. A história está nos convidando a assumir o que sempre fomos: líderes de nós mesmos. Que fique claro: o Brasil respeita as nações, mas não aceita coleiras.