Brasília, 17 de maio de 2024 – O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), foi pego de surpresa ao ser questionado por jornalistas sobre a morte de uma criança na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Recanto das Emas. Em resposta, o governador anunciou que fará demissões no Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IGESDF) nos próximos dias.

A tragédia ocorreu na terça-feira (14), quando um bebê de nome Enzo deu entrada na UPA com um quadro de dengue e pneumonia. Enzo precisava ser transferido para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Materno Infantil de Brasília (HMIB). No entanto, enfrentou uma espera de 12 horas por uma ambulância do Sistema de Emergência Móvel de Brasília. Devido à demora, Enzo, que estava intubado na Sala Vermelha, não resistiu e veio a óbito.

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Falha no transporte

O superintendente das UPAs, Francivaldo Soares, admitiu a demora no transporte da criança, mas se esquivou da responsabilidade, destacando que o serviço é terceirizado. “É uma empresa contratada que faz esse serviço e a gente entende que houve uma demora mesmo, isso já está sendo tratado pela presidência do IGESDF. Não houve negligência; a criança foi prontamente atendida e medicada desde o momento em que entrou na unidade,” afirmou Soares.

Regras de contrato

O contrato da empresa terceirizada prevê que, em casos de suporte básico, a remoção deve ser feita em até duas horas após o acionamento, e em casos de transporte avançado, como era o de Enzo, a remoção deve ocorrer em até uma hora. O não cumprimento desses prazos foi um fator crucial para a tragédia.

Desabafo do pai

O pai de Enzo, Cícero Albino, expressou sua indignação e desespero com a situação. “Não veio, morreu lá, mas não veio! Uma negligência muito grande, isso não pode acontecer. Aconteceu com meu filho, custou a vida do meu filho,” declarou Albino.

Consequências

Diante da situação, o governador Ibaneis Rocha tomará medidas imediatas, segundo fontes do Palácio do Buriti ouvidas por S&DS, incluindo demissões no IGESDF, para responsabilizar os envolvidos e evitar que tragédias semelhantes ocorram no futuro. A morte de Enzo levanta questões sobre a eficiência dos serviços terceirizados e a necessidade de melhorias urgentes no sistema de saúde pública do Distrito Federal.

O portal entrou em contato com a ProSUS do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), que afirmou que o caso já está em tratamento pela instituição.