Por que, assim como o cérebro, a inteligência artificial do ChatGPT requer abundante água?

A revolução tecnológica alimentada pela inteligência artificial tem cativado o mundo, prometendo um futuro brilhante repleto de conveniência e inovação. Entretanto, há um lado obscuro dessa jornada rumo à inteligência artificial avançada, que muitas vezes permanece na sombra. É um alerta que merece nossa atenção: os limites das tecnologias e suas consequências ambientais.

Você já se perguntou por que a inteligência artificial, assim como o nosso cérebro, precisa de uma quantidade significativa de água? Para entender isso, adentramos no mundo das mega corporações como a OpenAI, apoiada pela gigante Microsoft, que em sua busca pela excelência tecnológica encontrou um aliado inusitado: a água. Esta é uma história que revela os custos ocultos por trás da criação de produtos de inteligência artificial, como o ChatGPT.

Por que, assim como o cérebro, a inteligência artificial do ChatGPT requer abundante água?
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No coração do estado de Iowa, nos Estados Unidos, a OpenAI extrai água das bacias hidrográficas dos rios Raccoon e Des Moines para resfriar seus supercomputadores poderosos. Essa água não apenas mantém as máquinas funcionando, mas também auxilia no ensino dos sistemas de IA a imitar a escrita humana. A demanda crescente por tecnologia de inteligência artificial gerou custos astronômicos, incluindo semicondutores caros e um consumo alarmante de água. No entanto, os detalhes dessas operações muitas vezes permanecem no anonimato.

O público em geral não tinha conhecimento de que Iowa desempenhou um papel crucial no desenvolvimento do GPT-4, o modelo de linguagem de ponta da OpenAI, até que um alto executivo da Microsoft revelou que ele foi “literalmente feito próximo aos campos de milho a oeste de Des Moines”. Isso levanta questões sobre o impacto ambiental da corrida pela supremacia da IA e até que ponto estamos dispostos a ir em busca da tecnologia.

A construção de um grande modelo de linguagem envolve a análise de vastos conjuntos de textos escritos por humanos, uma operação que consome quantidades significativas de eletricidade e gera calor excessivo. Para manter a temperatura controlada, os data centers devem bombear grandes volumes de água, muitas vezes para torres de resfriamento que se assemelham a armazéns em tamanho.

O último relatório ambiental da Microsoft revelou um aumento de 34% no consumo global de água entre 2021 e 2022, atribuindo esse aumento à pesquisa em IA. A pesquisa indica que a maior parte desse crescimento se deve ao investimento pesado em IA generativa e à parceria com a OpenAI. Isso nos faz questionar até que ponto estamos dispostos a pagar pelo avanço tecnológico.

Um estudo em andamento da Universidade da Califórnia estima que o ChatGPT consome cerca de 500 mililitros de água a cada série de 5 a 50 solicitações ou perguntas. Esse consumo varia dependendo da localização dos servidores e da temporada, e inclui o uso indireto de água não rastreado pelas empresas, como a água usada para resfriar usinas de energia que alimentam os data centers com eletricidade.

Este é um alerta que transcende os discursos entusiasmados sobre o futuro da IA. Estamos diante de uma encruzilhada em que a tecnologia e o meio ambiente estão intrinsecamente ligados. Precisamos olhar além das telas brilhantes e dos assistentes virtuais para entender o verdadeiro custo dessas inovações. É hora de uma conversa mais profunda sobre os limites das tecnologias e suas consequências, pois, afinal, o futuro da IA também depende do futuro do nosso planeta.