Mauro Cid enfrenta dilema: Salvar a si mesmo e o pai ou proteger os Bolsonaros

Mauro Cid e Jair Bolsonaro (PL).

Investigações revelaram em áudio comprometedor e elencam uma série de crimes cometidos pelo ex-ajudante de ordens e outros envolvidos

Em meio a uma crescente série de operações deflagradas contra Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do governo Jair Bolsonaro (PL), a teia de suspeitas que envolve não apenas ele, mas também membros da família Bolsonaro, se amplia. A intensificação das investidas por parte da Polícia Federal (PF) aumenta a possibilidade iminente de sua e do pai o general Mauro Lourena Cid, expulsão do exército.

Frederick Wassef e o ex-ajudante de ordens Mauro Barbosa Cid foram a duas lojas nos EUA ‘resgatar’ itens vendidos de kit de joias para devolver ao TCU

Um áudio singular, meticulosamente obtido pela Polícia Federal durante a investigação sobre a comercialização ilegal de presentes oficiais recebidos pelo governo Bolsonaro, traz à tona três tópicos cruciais que colocam os investigados em situação delicada:

  1. Menção a uma quantia de US$ 25 mil, supostamente destinada ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
  2. Negociações visando à venda de valiosas estátuas de palmeira e uma embarcação folheada a ouro, recebidas durante uma visita oficial à Bahrein em 2019.
  3. Tratativas para levar a leilão um dos kits contendo relógio e joias masculinas, recebido durante a comitiva brasileira à Arábia Saudita.

Segundo as autoridades da PF, as infrações que estão sob escrutínio incluem lavagem de dinheiro e peculato, caracterizado pelo desvio de bens públicos.

O tenente-coronel Mauro Cid, outrora braço direito de Bolsonaro, agora se encontra sob custódia. A operação policial não se restringiu somente a ele, tendo culminado na detenção de outras cinco pessoas, entre as quais se destacam: Max Guilherme, policial militar e segurança de Bolsonaro; Sérgio Cordeiro, militar do Exército e também segurança do ex-presidente; Luís Marcos dos Reis, sargento do Exército e assessor de Bolsonaro; João Carlos Brecha, secretário municipal de Duque de Caxias (RJ); e Ailton Gonçalves Barros, ex-major do Exército.

A Polícia Federal, com base em robustos indícios de autoria e materialidade, imputa aos envolvidos uma lista abrangente de crimes, dentre eles: infração de medida sanitária preventiva, associação criminosa, falsidade ideológica, uso de documento falso e inserção de informações falsas em sistemas oficiais, todos previstos no Código Penal. Além disso, corrupção de menores, conforme disposto na Lei 8.069/90, também é apontada como parte das ações ilícitas perpetradas pelo grupo.