genoma e o epigenoma

Por Nelson Rocha de Oliveira
Brasília, DF – 28 de julho de 2023 —
Cientistas de renome de vários centros de pesquisa ao redor do mundo, incluindo Harvard Medical School, Belozersky Institute of Physico-Chemical Biology e Massachusetts Institute of Technology, criaram uma abordagem revolucionária na busca pela reversão do envelhecimento celular. Eles desenvolveram um método de reprogramação química que poderia restaurar o perfil de marcadores de juventude em todo o genoma e reverter a idade de um indivíduo – tudo sem alterar a identidade celular.

Os pesquisadores reconhecem que toda a vida depende do armazenamento e preservação de informações. Em eucariotos, esses repositórios de informações são o genoma e o epigenoma. Ambos trabalham juntos, mas diferem em estabilidade. A informação genética é constante, enquanto a epigenética é mais suscetível a mudanças ambientais e temporais.

As marcas do envelhecimento, também conhecidas como sinais biológicos do envelhecimento, contribuem para a deterioração e disfunção celular. A perda de informações epigenéticas, resultando em mudanças na expressão gênica, leva à perda da identidade celular. Isso desencadeia uma cascata de eventos, incluindo disfunção mitocondrial, inflamação e senescência celular, que resulta em um declínio na função celular e tecidual.

A senescência celular é um estado de interrupção permanente do ciclo celular que ajuda a reparar feridas, remodelar tecidos e prevenir o câncer, interrompendo a proliferação em células envelhecidas e danificadas. Ela está associada a alterações profundas.

Os cientistas utilizaram os fatores Yamanaka para reverter a identidade celular e descobriram que isso pode ser feito com segurança através da expressão desses fatores sem o risco de transformar o tecido em um tumor. A expressão dos fatores Yamanaka em camundongos aumentou sua expectativa de vida, sugerindo a existência de uma “cópia de segurança” de um corpo jovem.

Os pesquisadores desenvolveram ensaios celulares de alto rendimento que distinguem células jovens de células envelhecidas e senescentes. Eles identificaram seis combinações de produtos químicos que (pasmem), em menos de uma semana, conseguem restaurar o corpo a um perfil juvenil e reverter a idade biológica sem comprometer a identidade celular. Esse avanço é um passo significativo no tratamento de várias condições médicas e no rejuvenescimento do corpo.

A pesquisa demonstra que o rejuvenescimento através da reversão da idade pode ser alcançado não apenas por meios genéticos, mas também químicos. Essa é uma descoberta promissora que abre caminho para a cura de doenças relacionadas à idade e a potencial reversão do envelhecimento.

Os resultados do estudo são particularmente promissores, pois sugerem que o rejuvenescimento celular pode ser alcançado não apenas através de intervenção genética, mas também por meio de reprogramação química. Isso abre novas perspectivas para o desenvolvimento de tratamentos regenerativos e terapias que possam reverter o envelhecimento e tratar doenças relacionadas à idade de forma mais segura e eficiente.

Atualmente, muitas das abordagens translacionais para reverter o envelhecimento e tratar doenças relacionadas à idade dependem da entrega de material genético aos tecidos-alvo. Esses métodos, embora eficazes, apresentam desafios e preocupações com segurança. A descoberta das combinações químicas rejuvenescedoras representa um avanço significativo, pois poderia reduzir os custos e os riscos associados à intervenção genética, além de agilizar o desenvolvimento de tratamentos regenerativos.

Em suma, a pesquisa sobre reprogramação química induzida para reverter o envelhecimento celular é um passo significativo rumo a terapias mais seguras e eficazes para tratar doenças relacionadas à idade. Com o potencial de rejuvenescer células e restaurar a função tecidual sem comprometer a identidade celular, essa abordagem promissora pode trazer esperança para milhões de pessoas em todo o mundo em busca de uma vida mais saudável e longeva.

Referências: https://www.aging-us.com/article/204896/text