Perfil da Enfermagem no Brasil
Como os hospitais estão usando IA para combater o esgotamento de seus profissionais

 Perfil da Enfermagem no BrasilProfissionais mal formados, mal pagos, desmotivados que não entendem de política.

O foco de quem faz enfermagem hoje é – passar em concurso público – o que para a grande maioria dos postulantes não ocorrerá.

Só em Brasília, somos mais de 39 mil profissionais de enfermagem e 2 milhões em todo o Brasil, segundo dados do Conselho Regional de Enfermagem (Coren – DF) e da Federação Nacional dos Enfermeiros (FNE).

Haja hospital público para tanto profissional! Não nos esquecendo de que as escolas e faculdades formam milhares de novos profissionais todos anos.

A rede pública oferece os melhores salários? O último concurso para Enfermeiro (2014 em vigência) oferece remuneração de R$ 2.592,48 (dois mil, quinhentos e noventa e dois reais e quarenta e oito centavos) para 20 (vinte) horas semanais.

Para os Técnicos (2014 em vigência), a remuneração oferecida é de R$ 1.728,25 (um mil, setecentos e vinte e oito reais e vinte e cinco centavos), para 24 (vinte e quatro) horas semanais.

“Sobre os salários pagos aos profissionais pela iniciativa privada tenho vergonha em tecer qualquer comentário”.   

Na rede privada os profissionais de enfermagem trabalham (44 horas semanais), não têm repouso, os benefícios não existem, um sacerdócio para enriquecer o patrão e adoecer o cuidador.

Paralelos entre a enfermagem pública e a privada:

Enfermagem pública: ‘melhores salários’, benefícios, estabilidade entre outros. Por outro lado, falta medicação, materiais, profissionais, ambiente de trabalho sem urbanização, estruturas péssimas, o gestor do sistema é o médico em razão de sua organização politica profissional.

Enfermagem privada: piores salários, ausência de benefícios, a porta da rua é a serventia do erro dentre outros. Em compensação não falta absolutamente nada.

Você já deve ter ouvido falar que “A enfermagem é uma profissão que pode mudar o mundo”, segundo levantamento do PayScale, empresa norte-americana de recursos humanos.

Levantamento que a meu ver não se aplica ao Brasil. Como uma profissão “pode mudar o mundo”, se não consegue mudar a sua própria realidade?

Vocês incentivarão seus filhos a  fazer enfermagem? Os engenheiros, advogados, médicos com certeza incentivarão seus filhos a seguirem suas carreiras.

“Não basta ser a mais promissora profissão, se não é reconhecida, respeitada e unida”.

A Enfermagem é uma profissão indispensável para a sociedade, porém, vem sendo tratada como profissão de emergentes ao mercado de trabalho.

Não se agregam novos valores, a visão cientifica da profissão perde espaço frente à visão prática que a enfermagem é o despachante de quase todas as demandas da saúde.

“Fazemos de tudo, e, quase nada para mudar a realidade da profissão”. Não há como avançar profissionalmente, se não avançarmos politicamente.