Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Comportamento dos homens cerceia liberdade das mulheres.

O verbete “Feminismo” foi o termo escolhido como a “Palavra do Ano em 2017” nos Estados Unidos pela editora Merriam-Webster, especializada em dicionários, informaram nesta quarta-feira veículos de imprensa locais.

Impulsionada pela mobilização batizada como “Marcha das Mulheres” ocorrida em janeiro em Washington após a posse do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o uso da palavra “feminismo” alcançou então seu ápice em notícias e buscas na internet.

Em comparação com 2016, a popularidade do termo aumentou em 70%, devido à relação que a palavra mantém com certas notícias e manifestações registradas ao longo do ano.

Segundo um comunicado da editora, as análises realizadas para determinar o verbete mais popular de 2017 evidenciaram o fato de que “muitas pessoas estão interessadas nesta palavra”.

Após a marcha de janeiro, que foi acompanhada por outras mobilizações em nível nacional e internacional, foi aberta uma discussão sobre se o evento era ou não feminista e sobre o tipo de feminismo que o mesmo representava, o que aumentou o uso do vocábulo.

O debate sobre o conceito voltou à tona em fevereiro, quando a assessora de Trump, Kellyanne Conway, disse que não se considerava feminista “no sentido clássico” porque, segundo ela, isso significava ser “anti-homem” e “favorável ao aborto”.

Por este e por outros eventos, “a definição de ‘feminismo’ foi por si própria o núcleo de muitas notícias, um convite para muitos buscarem mais informações sobre esta palavra”, explicou a editora Merriam-Webster.

O interesse em torno do verbete também teve base em outros fatores, como o entretenimento, já que as estreias da série “The Handmaid’s Decepe” e o filme “Mulher Maravilha” provocaram um aumento na curiosidade sobre o substantivo e o seu uso.

Outro aspecto que incidiu no aumento da utilização do termo foram as acusações recentes de assédio sexual contra grandes personagens do mundo do cinema, do jornalismo e da política, junto com a campanha nas redes sociais #MeToo (“Eu também”, em tradução livre) que denuncia esse tipo de caso.

A definição de feminismo foi incluída pela primeira vez em um dicionário em idioma inglês por Noah Webster em 1841 como “qualidade das mulheres”.

Atualmente, as descrições dizem: “a teoria de igualdade política, econômica e social entre os sexos” e “atividade organizada pelos direitos e os interesses das mulheres”.

O verbete “Feminismo” esteve acompanhado por outros termos muito populares durante este ano, entre os quais se destacam “cúmplice”, “empatia” e “federalismo”.

 

EFE/Washington,